terça-feira, 21 de abril de 2009

You set my soul alight

Meio que perdi o compasso. Perdi a noção de rima e a vontade de formular as frases que tocassem teu coração e te fizessem achar minha vida tão desinteressante, que te envolve e se faz tua melhor novela.
Não quero mais que me definas diferente de todo mundo. Não quero que ache que sabe me ler, sendo que nem minha redação da escola tu não pegaste a manha. Eu não quero nada de ti.
Eu quero gritar bem alto, do fundo de cada órgão que me compõe, de cada roxo nas minhas pernas, de cada cicatriz, de cada meu. Quero ser a pessoa mais clichê que eu conheço e agradecer ao branquelo do bacon delícia que me tirou a necessidade de fantasiar o quarto cinza, a insatisfação e a vontade de me rebelar contra o que eu nem conheço. Quero contar pro mundo inteiro que há 364 dias eu joguei um bocado de coisas ruins fora e descobri que é possível amar com o coração inteirinho. Se sentindo idiota, morrendo de ciúmes, não entendendo o porquê de ser assim tão ruim ficar longe, fazer um charme infinito e o maior bico do mundo, e mesmo assim ser a pessoa mais feliz que eu conheço. Faz um ano que deixei enfeitar palavras e passei a pertencer somente a ele e à saudade.

sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Queria divagar como se não houvesse amanhã mas... esse perfeccionismo burro me fode. Feliz Natal.

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

how to start a fire

Mesmo que eu tenha a absoluta-certeza-profunda de que não. Mesmo eu sempre querendo achar que as coisas deviam terminar resolvidas e nunca resolvendo. Mesmo me sentindo a mais feliz... por me sentir a mais feliz, hoje eu queria resolver. Mesmo sabendo que mesmo querendo resolver nunca seria, de fato, resolvido. Mesmo que minhas idéias acabariam se confrontando com as suas, como em cada segundo que foram expostas. Nesse segundo, mesmo com tudo o que aconteceu, eu queria conversar. Mesmo.

“I am the water
I am waves crashing on to you
I am the blank wave
I am the madness, the loss, the dark, the hunt, the cage, the race
I am rejection
I am redemption
I am desire for obligation
I am forever but I can be never if that’s what you want.”

domingo, 23 de novembro de 2008

No Sunlight

Eu queria te dizer que gostaria muito que você entendesse que é quase dezembro e teus filhos passaram de ano, no colégio. Tua mulher tá quase de férias do trabalho e ninguém aguenta mais essa mesmisse que é minha cabeça. Faça o favor de arrumar suas malas e ir curtir o sol do Caribe, um bronzeado te cairia como luva. Se quiser fazer uma visita, eu até que faço questão se você viesse sem a família.
Porque eu até que aceito esperar. Eu espero que meu esmalte seque rápido e que eu não leve mais de uma hora nisso. Espero que pare de chover, por que particularmente, chuva só serve pra ver filminho e eu não ando no clima de filminho. Espero do fundo do coração que meu casaco branco seque ainda hoje. Espero que alguém compre melancia, uma só pra mim (metade cortada e metade suco). Sinceramente espero que o ônibus não saia cinco minutos antes do previsto. Rezo para que os exercícios de eletrostática não me matem e colaborem para serem entregues amanhã, na última aula. Quero que os chás aliviem minha gastrite, quero jogar tetris a semana inteira. Espero não ter insônia, espero não emprestar mais minhas coisas pra minha irmã mais nova.
Então, pode fazer esse teu papel. Mas por favor, não tente fazer mais do que isso. Por favor, não traga seus filhos, sua tia, seu sogro e se instale em mim, me fazendo esperar mais do mundo. Eu cansei de toda essa tua bagagem, Expectativa. Não trabalhe demais em mim, não te quero tanto.

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

De 20 cabeças.

Eu nunca te convidei pra isso, por que essa minha sessão tá mais empoeirada e enferrujada do que tua avó. Levaria muito tempo até eu achar o livro certo, nessa estante há tanto tempo não arrumada. E mesmo que se por mágica eu achasse o livro, seria impossibilissíssimo eu devolvê-lo para o lugar certo. Até por que, me diga uma única pessoa que consegue te contar uma história sempre precisar de, no mínimo, outras duas? Então estava feito, não te chamei e você nem desconfiou.
O único o problema é que eu sei, eu sempre sei. Eu não sei se é o tempo que me sobra, mas eu flutuo num mar de pensamento. É muita coisa. Eu caso você com todo o tipo de situação, eu me caso com o jardineiro só pra pensar no final. Eu acho que minha vida gira em torno de expectativas pro final, tá tudo errado. E agora eu não terminarei esse texto, um beijo pro Silka meu (quase) único motivo escrever.

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Talking shit about a pretty sunset.

Eu passei muito tempo presa numa cela, onde eu achava que eu devia estar.
Por que ninguém me avisou que aquele crime eu não tinha cometido, esqueceram de me dizer que a cela era opcional.

Então eu fiquei cumprindo pena e com todo o universo dessa minha sala apertada, eu só sabia disso.
Inventava, de vez em quando, um e outro conto pra distrair, mas só sabia falar do cinza das paredes, e de como eu me sentia pequena ali.
Com o tempo eu aprendi a ver que eu era abençoada. Minha cela tinha tevê a cabo, uma biblioteca invejável, uma geladeira de primeira e recebia cartas de pessoas que ainda não haviam desistido de mim.
Foi aí que eu fiquei e defendi o cinza da cela, defendi minha verdade... Afinal era a única que eu conhecia.

E então que pagaram minha fiança e eu saí. Te digo que de fora o sorriso não é mais constante, a diferença é que aqui de fora não estou só eu.
E foi por isso que fui praticar o abandono da caneta, eu tô aprendendo com essa história de poder estar em quantas salas eu quiser. Me restou ainda alguma muletas daquela cela e continuo um poço de lamentações, mas assim que a preguiça for embora prometo mudar o mundo.

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

But less of you is more that I can take.

Eu ouvi dizer que minha inteligência ficou cega de tanta informação.


O problema é que apesar dos pontos sem nó e das falhas dessa estratégia, eu apoio. Talvez você não entenda e ache muito difícil essa minha posição, mas no começo sempre funciona. Se não funciona é por que não sirvo pra ti e vice-versa. Por que são essas coisas que começam pelo fim que funcionam. Olhe pra nós, funciona.


O negócio é que eu queria te dizer que minha dificuldade em transformar meu coração num mar de palavras, te dizer o que tá martelando em mim. Mas fica impossível quando tua cabeça te diz pra não sentir. Já imaginou como é achar que tá muito errado teu coração querendo essas coisas que tu acha um exagero?


É quando você testa um jogo novo de cozinha, só pra ver como se sente, e de repente não consegue devolver. Você sabe que ele não serve pra você por diversas razões, mas não consegue se ver sem. E nem te fazer bem ele faz. Volta e meia me livro desse pessimismo arrebatador. Só por que tenho plena consciência de que não é o Sol te que ronda que te faz mal, e sim meu modo turrão de direcionar meus olhos.


A diferença que quis encontrar durante tanto tempo é me achar capaz de mudar esses traços tão fortes que me foram desenhados há anos. Encontrei.